2º Passeio Velo Corvo: Arrábida!

Introdução

Brilhantemente marcado para o dia do trabalhador que, este ano coincidiu bizarramente com o dia da Mãe, no passado Domingo, dia 1 de Maio, deu-se o 2º passeio Velo Corvo.

O primeiro passeio foi o já habitual Tour de Sintra, (leiam o artigo sobre o passeio aqui )com a espectacular subida na rampa do Castelo / Palácio e Peninha. Para o segundo passeio, teríamos de fazer algo diferente. Já tinha ido à Arrábida há uns largos anos. E não fui de bicicleta, por isso nem contou! Uma lacuna que, pelos vistos, não era só minha. O habitual grupo dos passeios também já pedia um passeio na Arrábida há algum tempo. Por isso, todas as condições estavam reunidas para um passeio excelente.

O percurso foi definido inteiramente pelo Gonçalo Pais, autor do blog Roadbook  . Agradeço ao Gonçalo pela ajuda preciosa!

Dados do percurso:

45.24 km (Percurso com início e fim em locais diferentes) Subida acumulada: 882 m, Descida acumulada: 921 m Diferenças de Altitudes 253 m (Altitude desde: 1 m para 254 m)

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Vamos então à lista de participantes:

Directamente vindo do Brasil, de avião, não de bicicleta, tivemos o Leonardo com a sua excelente Benotto (que já passou pelas oficinas da Velo Corvo). Após uma dica do Corvo-chefe, o Leonardo poliu a bicicleta toda com Duraglit. Com tanto sol, ainda reluzia mais! Para este passeio, a Benotto foi equipada com uma mala da Ardenne, mais precisamente o modelo Sintra .
A relação de transmissão não era a mais leve e naquele dia, o Leonardo queixava-se de que a bicicleta estava mais pesada. Claro que a jantarada no dia anterior… O Leonardo fez todas as subidas e sofreu para dentro, como um ciclista a sério.

De Benfica, tivemos a presença do António Neves, do já desaparecido site Pedais.pt (uma pena!). Pronto a pedalar e cheio de vontade de subir à Arrábida, foi uma excelente companhia. Trazia uma B.T.T adaptada para uso diário. Os pneus da Schwalblelblel 2.0 que rolavam na sua bicicleta foram uma excelente ajuda nos estradões da Arrábida.

Também de Lisboa, tivemos a presença da mais recente adição à equipa Velo Corvo: Zé e a sua Eddy Merckx (sim, esta que foi completamente alterada nas Oficinas Gerais da Velo Corvo). O passeio pela Arrábida seria o perfeito baptismo pelo fogo (calor não faltou) à “nova” bicicleta.

Um já conhecido do outro passeio, o Carlos, juntou-se a nós, vindo da Linha de Cascais com a sua bonita Raleigh azul.

E claro, como não poderia deixar de ser,estava eu com a VeloCorvo laranja. Pedalei muito contente por ter uns excelentes 650Bx44 e uma transmissão com mudanças leves. Levei toda a tralha e mais alguma numa mala Ardenne Chevreuse.

O passeio em si!

Claro que, como já é hábito, começamos os passeios numa estação de comboio. Para quê sofrer a pedalar em sítios horríveis quando temos a possibilidade de pagar um bilhete de comboio urbano e começar o passeio longe da confusão?
Apanhámos o comboio da Fertagus, uns numa estação e outros noutra. A viagem de comboio até Palmela faz-se bem. E, como bónus, podemos aproveitar a linda vista do comboio enquanto este atravessa a ponte sobre o Tejo.

 

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Chegados a Palmela, somos recebidos pela acolhedora estação deprimente de comboios, com a típica frieza do azulejo de casa de banho. Logo ao lado, mas desactivada, a velha estação de comboios, bem mais bonita…

A estação antiga de Palmela.

A estação antiga de Palmela.

O passeio começou, claro, a subir. Eu avisei! Passando por alguns subúrbios menos interessantes, começámos a bonita e íngreme subida para o Castelo de Palmela.

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A estrada ainda conservava alguns de antigos marcadores e limitadores na sua berma. Uma lembrança de outros tempos mais simples…
Chegados ao Castelo, pedalámos pelas estreitas ruas cobertas de paralelos tudo para ajudar à emoção, claro.

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Saindo já pelo lado oposto do castelo, altura para a primeira paragem do dia. Primeiro pequeno almoço para alguns, segundo pequeno almoço para outros!

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Da rotunda na entra da do Castelo de Palmela, começámos então uma linda descida por uma agradável estrada, num vale. À nossa direita, lá em cima, o famoso trilho dos moinhos. À nossa esquerda, quase que tapando o Sol, a Serra da Arrábida. A paisagem é bem diferente da do passeio de Sintra: aqui, pudemos ver campos cheios de relva bem verde e muitas flores silvestres de variadas cores. Não faltou um rebanho de ovelhas. Um belo postal!

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A certo ponto, a estrada deixa de estar alcatroada. Felizmente para aqueles que trouxeram bicicletas com pneus fininhos que o piso está minimamente liso….o que não impede o primeiro furo do dia. A câmara de ar da Benotto do Leonardo disse que não aguentava mais. Primeira paragem forçada. O que até foi bom, para ver a paisagem com mais atenção.

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Enquanto o Leonardo mudava a câmara de ar, apareceu o Carlos,responsável pela página de Facebook do  Portugal Bikepacking . A bicicleta dele é espectacular. Pronto, tem um bocado de carbono a mais para meu gosto, mas aquele guiador…aquele guiador !

O Zé estreou a sua bomba de quadro Zéfal  e rapidamente  estávamos de novo a rolar. A estrada bonita tornou-se numa subida bonita. Para aqueles com os pneus largos e mudanças leves (todos menos o Leonardo), foi mais ou menos tranquilo. Para o eterno sacrificado (Leonardo), foi um bocadinho menos tranquilo. Acabada a subida, mais um entroncamento: estrada nacional grande ou estrada secundária a descer.

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O caminho do Gonçalo dizia descida pela estrada secundária. Mais uma linda estrada. Linda estrada que foi dar a uma subida com 10% de inclinação. 10% não parece grande inclinação. Até que começámos a subir. Custou.

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Felizmente, depois da subida e depois de alguns estradões relativamente tranquilos, fomos dar a um café. Terceiro pequeno almoço do dia e primeiro gelado do dia. Enquanto comia o meu Cornetto de morango, apareceu um grupo de cicloturistas japoneses. Estes demonstraram a sua felicidade ao encontrar outros ciclistas olhando para nós semi-fixamente. Um que ficou mais entusiasmado admirou a minha Velo Corvo laranja durante algum tempo. Depois de um simples cumprimento, continuamos a viagem. Agora sim, estávamos quase a chegar às vistas bonitas.

 

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Valeu a pena o esforço para aqui chegar! Realmente, o nosso país tem paisagens lindas. Daqui já se via Tróia. E, ao contrário do passeio de Sintra, ainda havia muita subida e descida a fazer.
Mas por agora, já não dava para um 4º pequeno almoço. Seguimos então para o Portinho da Arrábida para o almoço! Realmente, já me tinha esquecido de quão bonito é este cantinho.

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Depois da paragem para o almoço, tínhamos, claro está, mais subidas e descidas a fazer. Agora, o calor já apertava a sério.

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Um encontro com uns cicloturistas que vieram de longe. Propuseram a troca das bicicletas. Recusámos, e dei-lhes ânimo ao dizer que o caminho para a frente só ficava pior e com mais subidas.

 

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….e já a caminho de Setúbal!

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Já perto da estação de comboios, houve tempo para mais um gelado. Depois, toca a entrar no comboio. Viagem calma até casa. Tudo caladinho e a repousar.

 

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Para aqueles que ainda não participaram nos passeios Velo Corvo, recomendo vivamente a irem ao próximo. A diversão é garantida! E, pelo preço de um bilhete de comboio urbano, não chateia a carteira. Para se inscreverem na lista de emails, enviem um email para pedro@velocorvo.com.

A Eddy Merckx do Zé.

Na Velo Corvo adoramos bicicletas francesas antigas. Adoramos tanto as bicicletas antigas que queremos mantê-las na estrada durante muitos anos.

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A maioria das bicicletas francesas são de facto muito bonitas. O problema começa quando começamos a olhar para os componentes. Não pelo facto de serem maus- e há até componentes franceses de excelente qualidade- mas pelo facto de simplesmente não aguentarem o desgaste dos anos e do dia a dia. Isto, claro, para a maior parte das bicicletas francesas de gama média/baixa.

As peças que se encaixam nesta categoria são geralmente as rodas e a transmissão. A queixa número um relativamente às rodas é que muitas das rodas antigas são de aço cromado. Para além de ser muito difícil mantê-las sem empenos, mesmo com raios novos, a parede de travagem é baixa e isso contribui para uma travagem mázinha. Os cubos são muitas vezes de flange alta, lindíssimos. Mas, claro, a fraqueza situa-se nos eixos, em especial no cubo de trás. Outro problema reside no facto da rosca do cubo de trás de um cubo francês ser incompatível com uma rosca de carretos modernos.

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O que nos leva ao problema da transmissão. Não é que as transmissões francesas funcionem mal. Simplesmente, não oferecem uma mudança suficientemente leve para maior parte dos utilizadores de hoje em dia. Se calhar antigamente as pessoas gostavam de sofrer sempre que pedalavam!

As pedaleiras eram geralmente duplas (ou no caso dos mais valentes, simples) mas sempre com um numero de dentes demasiado grande para alguns dos nossos percursos. Os carretos, esses, mesmo na mudança mais leve, não possibilitam muitas vezes, um pedalar confortável.

Isto dito: as bicicletas francesas são excelentes, mas para ficarem aptas a um uso mais intensivo precisam de uma intervenção mais profunda.

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O Zé apareceu na Velo Corvo com uma Eddy Merckx (feita pela Stardnord) lindíssima. Com uma cor daquelas que já não se fazem. Transmissão Simplex, pedaleira Solida, cubos Atom… Enfim, o habitual numa bicicleta Francesa!

Os problemas acima descritos existiam todos. Muito pesada ao pedalar, travagem má, rodas empenadas…

A solução passou então por:

-trocar as rodas por umas modernas mas discretas rodas com aros de alumínio (parede dupla e parede de travagem maquinada , com ilhós de reforço, raios de inox, 2mm e cubos selados, sendo o traseiro com cassete de 8 v) .

-Uma pedaleira tripla que deixa qualquer um preparado para subir e descer seja o que for.

-Uns carretos 11-32, para as desculpas ficarem em casa.

-Uns desviadores novos.

-E uma corrente nova, para tudo jogar certo.

Aqui está ela, terminada e pronta a rola!
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Resultado? Uma bicicleta com estética antiga mas com recheio novo. Está pronta para qualquer passeio, curto ou longo e até uma viagem maior!

Primeiro passeio Velo Corvo- Sintra

O passeio de Domingo de manhã é uma tradição já bem antiga. E aqui na Velo Corvo, gostamos de manter estas tradições bem vivas. Por isso,  este domingo passado organizámos um passeio em Sintra.

Sintra tem uma das mais bonitas paisagens de Lisboa. E é um sítio ideal para um dos melhores passeios de bicicleta em Portugal.

O percurso começou em Sintra, subiu até à Peninha. Pic-nic na Peninha e depois descer até ao Cabo da Roca. Depois do Cabo da Roca, subimos até à estrada principal que nos levou até à Malveira da Serra. A descida continuou até ao Guincho. Do Guincho, foi só seguir a ciclovia até Cascais.

Em Cascais, apanhámos o comboio até Lisboa. Não vale a pena fazer a Marginal de bicicleta , num Domingo à tarde. E ainda por cima com o trânsito que estava…. Bem melhor estávamos nós de bicicleta!

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Paragem obrigatória nas Queijadas de Sintra. Mas só se comem depois da subida.

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A passar pelo Palácio da Vila.

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Paragem na fonte para encher as garrafas de água.

 

…e começa a subida!

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Subida até à Peninha. Sim, a subida custa, mas com a paisagem tão bonita, custa bem menos!

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Castelo à vista!Passeio Velocorvo Sintra 044 Passeio Velocorvo Sintra 049 Passeio Velocorvo Sintra 062

 

Paragem no miradouro.  A praia do Guincho bem lá em baixo!

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E claro, a paragem para o almoço.

 

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E começa a descida para o Cabo da Roca.

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Depois, toca a subir tudo outra vez! Vale a pena pela vista.

 

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E a chegada ao Guincho.

 

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Paragem na Boca do Inferno!

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Obrigado a todos os que participaram no passeio. O próximo será muito em breve. E um grande obrigado ao António e ao Gonçalo pelas fotografias!