Não podemos ir dormir ao relento para uma qualquer Serra preparados apenas com uma camisola, umas sanduíches de panado no bolso e meia garrafa de coca-cola. Isso seria receita para nunca mais acampar na vida.
Para acamparmos como deve ser, precisamos de levar algumas coisas.

Bicicleta carregada para um S24O. Bolsa de selim gigante Carradice Nelson Longflap, alforge feito a partir de um saco militar e tenda ultra-leve.
Abrigo: pessoalmente não gosto de dormir sem tenda, por isso levo sempre comigo uma tenda individual leve. Para o clima que temos em Portugal, dá para todo ano. Para dormir, tenho dois sacos-cama. Um de Verão e outro de Inverno. Consultando de antemão as temperaturas, podemos escolher o adequado, para não irmos demasiado carregados. Se bem que, por vezes, isto é mais facilmente dito que feito…

A minha tenda num sítio perfeito.
Levo também um colchão de campismo, daqueles rolos simples, de esponja. Pesam pouco, são baratos e não furam. E claro, para completar o conjunto, uma almofada de campismo.

Ao contrário dos colchões insufláveis, este nunca esvazia. Leve e barato!
Uma dica: levo sempre tampões de ouvido. Ajudam a isolar algum barulho causado pelo vento.
Roupa: sou friorento e não me apetece passar frio à noite. Se calhar, por vezes, levo coisas a mais, mas preferível ter e não usar do que querer usar e não ter. A regra geral a seguir é: à noite e fora de casa no meio da Serra faz frio. Às vezes muito frio. Por isso, podemos estar de calções e camisa durante o dia e à noite encasacados até ao telhado.
Para poder combater bem o frio, levo várias camadas finas, que posso vestir ou despir conforme a temperatura. No inverno é essencial roupa interior comprida. É a nossa primeira camada. Convém levar um gorro e luvas para usar à noite. E um casaco, claro, por cima de uma camisola de lã, por exemplo. A sensação de frio varia de pessoa para pessoa e só cada um conseguirá adaptar a quantidade de roupa a levar com o frio ou calor que fará.

Cozinha ao ar livre e com vista .
Comida: a parte mais importante, logo a seguir ao pedalar e local para acampar. A ideia é não comer sanduiches nem passar fome. Isto implica levar um fogão de campismo e cozinhar. Não é de todo ideal fazer uma fogueira para cozinhar, especialmente nos meses mais quentes. A solução é usar um fogão de campismo. Existem dois tipos principais: os que usam uma botija de gás pequena e os que usam álcool numa pequena lamparina. Já usei os dois, e ambos funcionam bem. Para comer, é usar a imaginação e a internet. Na Velo Corvo, não há pequeno- almoço sem tortilha, nem jantar sem massas com molho de tomate. É fácil de preparar e toda a gente dorme contente. Juntar a isto pão, um queijo bom, bolachas, chocolate, gomas, café (não instantâneo) e sumo para ter a festa feita. Não esquecer a água, ora para cozinhar, ora para beber. Para duas pessoas, geralmente 3 a 4 litros chega e sobra.
Extras: máquina fotográfica, livro para quem quiser ler, bloco de notas…
Toca a preparar o próximo campismo!

As fotografias saem sempre melhor nas pequenas aventuras velocipédicas. A Leica M6 fica bem na foto e tira boas fotos.
Gonçalo Pais
16.01.2014 em 09:21Com essa tenda presa à frente (no guiador) ficava um mimo!